MINDFULNESS E DEPRESSÃO


    (05/10/20)  

Continuando sobre o tema Mindfulness, nas publicações anteriores já explicamos que ela é um tipo de meditação baseada no processo de plena atenção, ou seja focar em um objetivo por vez sem julgamentos, podendo ser esses objeto uma sensação, um pensamentos, emoções etc.

O transtorno depressivo maior (TDM) é um quadro de humor, caracterizado por humor deprimido e perda de interesse ou prazer além de alterações possíveis no padrão do sono, fome, cognição e pensamento. É comum no seu curso, padrões de persistência e até 80% experimentam uma recidiva dos sintomas, levando a um importante impacto na qualidade de vida do paciente.

O TDM é uma comorbidade comum entre os transtornos alimentares, e deve ser adequadamente tratada visando uma melhor recuperação do quadro geral do paciente. Há muitos estudos em relação ao uso de medicações antidepressivas nesses quadros, além das intervenções psicológicas, entretanto, mudanças no estilo de vida tem sido estudadas tanto para controle dos sintomas como para prevenção de recidivas, sendo o Mindfulness uma dessas, que além da sua prática individual, também pode ser realizado na forma de Terapia Cognitiva Baseada na Atenção Plena (MBCT).

Mas qual seria o efeito tangível do Mindfulness na depressão? Observando os sintomas depressivos, principalmente os cognitivos, há um pano de fundo "negativo "no conteúdo do pensamento, que inclui a ruminação, pensamentos negativos de menos valia, de ruína e etc.
A prática regular trabalha a vivência das experiência negativas como transitórias e um olhar de não julgamento, demonstrado em estudos proporcionar melhora nas atitudes positivas diminuindo humor negativo, raiva, tristeza e nervosismo após oito semanas de prática.

Outros estudos encontraram resultados positivos da prática de Mindfulness, quando avaliadas as taxas de recaídas do quadro depressivo. Por ser considerada uma técnica segura e eficaz, nos fornece mais motivos pra considerar implementa-la precocemente ao tratamento certo? É importante ressaltar, que a prática deve ser contínua, principalmente para obtenção de resultados duradouros.


Fonte:
Segal, Z. V., Williams, J. M. G. & Teasdale, J. T. (2012). "Mindfulness-Based Cognitive Therapy for Depression" (2nd ed.). New York: The Guilford Press.

Kabat-Zinn, J. (2013). "Full Catastrophe Living: Using the Wisdom of Your Body and Mind to Face Stress, Pain, and Illness" (Rev. updated ed.). Westminster, MD: Bantam.

LIBERALI, Rafaela. Mindfulness-Based Cognitive Therapy in Major depressive disorder - systematic review and metanalysis. Fisioter. mov. [online]. 2017, vol.30, suppl.1 [cited 2020-09-27], pp.335-349. Available from: . ISSN 1980-5918. http://dx.doi.org/10.1590/1980-5918.030.s01.ar03.